sábado, 14 de março de 2015

Museus são cool | Museums are cool


Gutten morgen!!! 


O que mais gostarias de fazer: trabalho de campo na Antártida ou trabalho de laboratório na Alemanha? Para mim, a resposta é... ambos (sim, estou a fazer batota, pois a pergunta exige optar)! Seria ideal ir à Antártida recolher as amostras e depois ir para a Alemanha analisar as amostras. Na verdade, é mesmo isso que estou a fazer. Eu explico...

Estou agora rodeado de crustáceos que estão em várias coleções em museus aqui na Alemanha, que foram recolhidos há muitos anos por colegas meus. Sinto-me com muita sorte! Ir à Antártida é maravilhoso mas é deveras dispendioso, exigente e necessita de uma capacidade logística para apanhar os animais que desejo estudar. Acho que seria totalmente impossível apanhar todas as espécies que estou a estudar agora num único cruzeiro à Antártida. Porquê? Porque algumas espécies de crustáceos vivem em diferentes regiões da Antártida (e lembra-te que a Antártida é do tamanho da Europa!), em diferentes profundidades (umas espécies de crustáceos junto à superfície e outras só a grandes profundidades) e seria necessário possuir redes boas (rápidas, de grandes dimensões e resistentes) para as apanhar.


Daí só possível fazer este trabalho agora! Demorou muitos anos de esforço de muitos cientistas, de muitos países, de várias gerações, para reunir todos esta coleção de crustáceos e todo o conhecimento existente. Já imaginaste que um camarão recolhido por ti, que deste a um museu, poderá ser muito importante para a ciência daqui a 100 anos? É por isto que os museus me deixam maravilhado. Hoje em dia, para mim o cientista Claude de Broyer, da Bélgica, é uma autêntica lenda no que toca a crustáceos do Oceano Antártico. Isto porque cada vez que faço uma pesquisa à procura de informação sobre um determinado crustáceo, noto que ele já escreveu um artigo sobre ele! Recentemente, Claude liderou um livro muito importante sobre biodiversidade no Oceano Antártico (relata mais de 9 000 espécies, 500 páginas e mais de 3kg de peso!!!). Reune muito do trabalho sobre a distribuição e abundância de muitos crustáceos e já o usei um número ilimitado de vezes. Ele é super simpático, com um sorriso cativante e demonstra um gosto por aquilo que faz (muito mais, sempre que alguém diz crustáceo!!!!).  Na foto ele está à esquerda de Anton van de Putte  (um jovem cientista, também Belga e co-autor do livro), que estuda peixes e adora bases de dados e o seu uso livre.  E adivinha onde eles trabalham? Adivinhaste, num museu!


What would you like to to do? Going to the Antarctic or work in a laboratory in Germany? For me, the answer is...both! (yes, I am not playing fair, as the question demanded an option). It would be ideal to go the Antarctic to collect the samples I need and then go to Germany to analyse them. Well, that is extacly what I am doing. I explain...While in Germany, working with colleagues from the Alfred Wegener Institute (AWI) and University of Hamburg, I am surrounded by amazing collections of crustaceans from museums and research institutes, collected for many years by colleagues from around the world. I do feel I am lucky! Going to the Antarctic is truly wonderful but it is expensive, demanding and needs a considerable amount of logistics to catch all the crustaceans I need. Indeed, I do find it would be totally impossible to catch all my study species in a single research cruise. Why? Because the crustaceans species live in different regions (remember that Antarctica has the size of Europe), at different depths (some crustaceans live close to the surface others at great depths) and it is needed to have big, fast and resistent nets to catch them. After all these years of many scientists putting so much effort of catching crustaceans that I have at my disposal at museums, I really appreciate how special museums are. Today there are various scientists that are very inspiring. Claude De Broyer, from Belgium, is a scientist a legend when talking about crustaceans. Everytime I do a search about a certain crustacean, it is very likley that Claude wrote a research paper on it. Recently, Claude and colleagues produced an important book about Antarctic biodiversity (9000 species, 500 pages and 3 kg of weight!) that mentions numerous crustaceans I am working on. I already used in considerably. Claude (in the photo Claude (on the left) is with Anton van de Putte, another scientist that contributed ot the book) is a very nice gentleman, always with a smile, and easily i tis possible to see him enthusiastic about his research (especially if you mention the word crustacean). And Guess where he and Anton work? You got it, in a museum!





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